segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Entrevista - Dê Seus Pulos
Nos dias 18 e 19 de setembro, fomos ao Fest’up. Como já havíamos postado antes, demos uma força para o grupo com o cartaz escolhido pela seleção interna da UNISANTA, “Dê Seus Pulos”. Sabemos que já passou um tempo, mas é sempre bom saber como foi o processo de criação e a experiência que os alunos desse grupo tiveram. Para isso, fizemos uma entrevista com dois integrantes do cartaz: Carlos Henrique e Julio. Lembrando que, o Jonas e o Fernando também fazem parte do grupo.
1. Como ficaram sabendo do Festival?
Carlos Henrique: Ficamos sabendo do Festival perante a vitória do Neto, quando eles ganharam nós ficamos sabendo que existia esse Festival (no 1° ano). No 2° ano a gente tentou entrar, montamos o layout, falamos com o Cardoso, com a Giovana, com todo mundo. Só que a gente ainda não conhecia a Renata, então mandamos pra ela e ela aconselhou: “Faz no 3° ano só.” Nós pensamos: “Ano que vem a gente vai entrar de qualquer jeito.”
Julio: A gente ficou um ano pensando nesse bendito layout. Quem participou do ano passado, acabou tendo 2 ou 3 meses pra pensar, pra ter o auxílio da Renata e da Giovana e a gente não, a gente pensou no último minuto já nas férias em julho. Ficamos durante esse mês nos falando por e-mail e conseguimos, fizemos o layout. A gente não ganhou nada, não sabemos se ficamos bem colocados ou não, mas a gente acabou fazendo e colocamos isso na cabeça, que íamos ganhar e representar o Santa em 2010.
2. Como surgiu a ideia "Dê seus Pulos"?
CH: A gente veio com várias ideias. Mas pensamos: O mercado publicitário precisa de profissionais e vamos fazer um varejo, com um mercado. Vamos fazer uma gondola cheio de pessoas, estereótipos de publicitários (atendimento, planejamento...) e um deles vai sair da gondola, como se estivesse pulando. Fizemos o layout, ficou poluído e não parecia uma gondola de mercado, estava estranho. Então começamos a pensar no conceito: o cara está pulando, então qual vai ser o título: Se vira, dá seus pulos. Ou seja, o cara tá na faculdade, naquela correria, trabalha, come rápido, tudo é rápido, anda de ônibus e tudo mais.
J: Antes de chegar nessa idéia, na segunda-feira comecei a ter algumas ideias, foram 50 ideias e mais algumas, somando umas 70. Mostramos pra Renata e pra Giovana, foram cortando algumas e inicialmente iríamos fazer a do Bin Laden, que todo mundo aparecia e o Bin Laden no meio. Essa ideia seria pro ano que vem, pois queríamos linkar com os 10 anos de 11 de setembro. Falamos até com a Drika pra ela maquear a gente. Só que o Kinho (Carlos Henrique) começou a gostar mais da idéia do “Dê seus Pulos” e ele, como Diretor de Arte, começou a trabalhar em cima disso e nos apaixonamos pela idéia. A gente acabou com as outras ideias e nos focamos nessa. O Kinho teve o maior trabalho, foram 5 alterações com a ajuda do Cardoso que foi excepcional com a gente, toda quinta e sexta-feira nos auxiliava.
CH: Tem a evolução do layout, do primeiro até o último. A ideia é a mesma, mas a evolução da cara do layout muda muito, fez a diferença.
3. Vocês buscaram algum cartaz como referência?
CH: Como referência não, mas como saber o que não fazer. Não repetir a idéia. Ficamos até decepcionados com o resultado.
J: A primeira coisa que a Giovana e a Renata comentaram na classe, foi esquecer coisas do tipo: lâmpada, galo, pintinho, fruta, galo, copeira, coisas que já tinham acontecido. Nós fomos pra um lado totalmente diferente, usamos uma expressão que usamos o tempo todo que a gente vive e não é só o universitário, todo mundo usa, todo mundo tem que se virar e partimos para um conceito diferente. Como somos publicitários e estamos participando de um evento de Publicidade, a gente queria algo totalmente diferente. Um cartaz com aplicação, isso nunca foi visto antes, nunca tinha existido no Fest’up. Acho que a nossa maior decepção foi ver uma ideia igual falando que criatividade era trabalho, quando um criativo é a coisa mais gostosa do mundo.
4. O marketing de guerrilha foi planejado junto com a campanha?
J: Fizemos o cartaz e um mês antes do Fest’up nós começamos a pensar nas táticas de guerrilha.
5. O Twitter @deseuspulos foi um sucesso, em duas semanas mais de 300 seguidores. Ele foi destinado a estudantes de Publicidade e Propaganda e profissionais da área ou aberto ao público? E por quê?
CH: A gente conseguiu em 3 dias, mais de 100 seguidores e em 1 semana, quase em 300 seguidores e passando o Fest’up, 800. Explodiu. A ideia foi montar um teaser, todo mundo dá seus pulos. Deixamos aberto ao público, convidamos amigos, familiares e afins. Começamos com situações cotidianas, os “pulos da vida”. E assim que é o cotidiano dos jovens e universitários, por isso que conseguimos bastante seguidores e a galera aderia. Servia pra descontrair e passar informações sobre o mercado. Chegamos a colocar até vagas de emprego.
6. Vocês mobilizaram não só quem colaborou com a ideia, mas também pessoas de fora, como por exemplo o André Porto Alegre e outros representantes de cartazes que estavam concorrendo. A que vocês atribuem este sucesso?
J: A publicidade é assim, a pessoa quer se identificar com o produto, aquela campanha e o que a gente fez foi exatamente isso. Quando a gente brincou no dia que “até o morto pulou, até o André pulou, até o lápis pulou”, todo mundo pulou porque todo mundo tinha que pular. E na hora que a professora de Educação Física pegou o jump para dar a “aula” e eu estava do lado, vi aquelas 40 pessoas que estavam com a gente e mais 100 pessoas participando daquilo. Isso é a publicidade, o resultado da campanha sendo vista e eu tava ali vendo. Isso é extremamente gratificante. Acho que o sucesso da campanha foi: das pessoas que estavam com a gente, quem estava vestindo a camisa e até quem tava sem a camisa, vestiu a camisa e todo mundo se mobilizou. Talvez uma coisa que fosse ficar chata e não ficou foi: “ah o cartaz é do Julio, do Kinho, do Fernando, do Jonas” e dois minutos depois do evento o cartaz era nosso, era de todo mundo do Santa. O sucesso é exatamente isso, as pessoas conseguiram se ver ali, dando seus pulos de alguma maneira.
CH: Acho que vale lembrar da galera que apoiou, nosso grupo eram de 4 pessoas e nós não faríamos nada sozinhos lá dentro. O apoio foi fundamental, da galera da faculdade, vocês aqui da AUPP que estavam com a gente. Só se faz ação com pessoas e temos que saber cativar as pessoas, por mais que cada um tenham seus problemas.
J: SE a gente pensar por outro lado, talvez o cartaz não tenha dado resultado. O que deu resultado foram as ações. As ações foram feitas por todo mundo e não foram uma ou duas pessoas que vieram falar: “Vocês vão ganhar”, foram muitas pessoas. A gente teve esse contato com o público que é a melhor coisa que poderia ter acontecido.
CH: Acho que mesmo na hora quando anunciaram que nós não saímos com a vitória, porque por mais que você agrade os bambambans da publicidade, a gente vai trabalhar não é pra eles (na verdade), nós vamos trabalhar com o nosso consumidor final e naquela hora nós conseguimos atingir o nosso público-alvo que eram os universitários, sem ter ganho o prêmio do cartaz. Pra mim, isso foi o prêmio maior.
7. Como vocês avaliam os resultados?
J: Muito positivo, uniu de alguma forma o pessoal do curso, quem estava lá se sentiu próximo de alguma maneira, acho que foi uma grande experiência para o pessoal que for participar no ano que vem e a gente quer participar de novo e nós vimos o quanto é importante essa união. Queríamos ganhar, vocês viram minha cara de decepção e eu vi a de todo mundo, que foi a mesma. Porque a vitória mascara e a derrota não, ela te faz aprender, te faz crescer, te faz pensar em outras coisas de outros jeitos e essa derrota, que na verdade foi uma grande vitória, ela fez isso com todo mundo. Acho que essa derrota foi uma grande conquista que a gente teve e foi fundamental para a união da agência.
CH: É um grande final de semana que você faz bastante amigos, bastante contatos, se divertir contatos e um amplo conhecimento adquirido nas palestras.
8. Vocês pretendem participar do Festival no ano que vem?
J: Acho que fazer não, mas participar sim. Nós tínhamos como meta, aliás, nós tínhamos umas metas e uma delas era ganhar o Fest’up. A primeira fase era representar o Santa e a segunda era ganhar. Nós não conseguimos a segunda fase, mas tem coisa que já passou, o Fest’up já passou. Foi uma experiência que eu nunca vou esquecer, eu nunca me emocionei tanto na minha vida que nem na hora que a gente tava no auditório, a gente gritando e todo mundo junto, todo mundo unido e todo mundo feliz querendo a mesma coisa. Se tinha alguém ali falso, foi um ótimo ator. Se quiser alguma ajuda, vamos ajudar com o maior prazer do mundo. Agora, participar precisa de dedicação e ano que vem tem o TCC.
9. Qual a dica que vocês deixam para os alunos que desejam concorrer o 23º Fest'Up?
J: Tem que dar muito pulo. Não é achar que vai fazer um layout em uma aula e acabou, não é. Tem que atrás de tudo, de patrocinador, de dinheiro, tem que deixar de dormir porque é uma ansiedade fora do comum. É comprometimento, eu tenho comprometimento comigo, com as pessoas do meu grupo e eu vou sempre fazer o melhor. Não ganhamos, mas eu fiz o meu melhor.
CH: Acho também que o layout faz a diferença, porque tinham boas ideias, mas não tinham bons layouts. Por mais que o nosso tava legal, mas não estava o suficiente.
J: Até uma coisa bacana que a Renata falou, no primeiro momento que comentamos que íamos fazer a aplicação, foi: “Gente, é muito diferente talvez as pessoas se assustem.” Mas a gente queria que fosse algo inovador e acho que dentro da publicidade isso é a maior qualidade que o publicitário pode ter, tem que ser ousado. Ou a gente ganhava ou a gente perdia, mas pelo menos pensamos assim: “Caramba, a gente fez tudo.” Não agradamos 30 palestrantes, mas conseguimos agradar 1.000 universitários e pra quem é o Fest’up? Para os universitários e eles aprovaram.
10. Resumam o que significou este evento para cada um de vocês.
J: Pra mim, isso é bem pessoal. Serviu para mostrar que quem vê cara não vê coração e que eu não to sozinho. Acho que foi o maior aprendizado, não digo profissional porque não dá pra conhecer ali, mas o pessoal que é o maior. Não adianta você crescer profissionalmente se você não crescer como pessoa. E eu como pessoa, o que eu não amadureci em 26 anos, eu amadureci num fim de semana.
Por um lado me provou que o mercado não é tão competitivo quanto eu pensava, pelo menos pelo ponto de vista universitário, por aqueles cartazes que estavam ali. Tinham dois cartazes na briga, um era o nosso e outro era o que ganhou e nós estávamos ali na disputa. Por outro lado, percebi que não pode ir com muita cede ao pote que a gente pode se decepcionar, tem que existir o meio termo.
O grupo fez agradecimentos especiais aos professores:
Renata Alcalde - Muito importante, tanto na redação quanto nas dicas.
João Batista. F. Cardoso – Muito importante, até por e-mail se comunicou com a gente. Esteve muito presente.
Giovanna Capomaccio – Fundamental importância.
Drika Lucena – Nos ajudou com a estética, divulgação da campanha e o marketing de guerrilha
Arminda Tereza dos Santos Costa – Também nos ajudou e até conseguiu um banner pra gente com um preço reduzido.
Paula Renata Camargo – Nos ajudou na parte do layout, assim como o Cardoso.
Parabéns pela campanha! Esperamos que nos próximos Festivais os grupos sigam esse exemplo.
Para ver os vídeos clique aqui, aqui e aqui.
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